sexta-feira, 22 de abril de 2011

Entenda Sobre FAT e NTFS

  • Ao falar sobre os sistemas de arquivos FAT32 e o NTFS, muitos usuários ainda possuem dúvidas em relação às suas principais diferenças. Em pleno ano de 2009, ainda existem várias discussões sobre os principais pontos positivos e negativos de cada um deles.

    Por isso elaboramos este artigo, dividido em duas partes, que tem como propósito principal objetivo esclarecer você sobre as principais características do FAT32 e do NTFS. A abordagem utilizada aqui é um pouco aprofundada, o que irá possibilitar que você se torne um perito no assunto. Em primeiro lugar, precisamos discutir um pouco sobre o conceito de sistema de arquivos.

    O que é um sistema de arquivos?

    O conceito mais importante sobre este assunto, sem sombra de dúvidas, é o de “sistema de arquivos”, também muito conhecido pelo seu nome em Inglês, filesystem. Basicamente, o sistema de arquivos funciona como um intermediário entre o disco rígido e os arquivos armazenados em seu computador.

    O disco rígido tem a função de armazenar todos os dados dos documentos do seu PC, contudo, ele por si só não sabe como organizá-los em seu espaço. Nesse ponto o sistema de arquivos entra em ação, pois ele dita as regras de organização no disco rígido. Por exemplo, o FAT32 possui uma organização totalmente diferente do NTFS.

    Além disso, um filesystem também diz como os arquivos são acessados no disco, quais usuários possui permissão para lerem ou alterá-los no computador. Assim, um mesmo documento pode ser armazenado de forma diferente no disco, dependendo do uso do NTFS ou do FAT32.

    Como curiosidade, outros sistemas operacionais, como o Linux, possuem sistemas de arquivos totalmente diferentes do NTFS e FAT32, como EXT2, EXT3 e ReiserFS, mas que não são usados pelo Windows.

    Disco rígido visto por dentro

    Um Pouco de história sobre os filesystems

    Uma comparação mais abrangente entre o FAT32 e NTFS exige que alguns fatos históricos sejam abordados, pois as suas concepções determinam muitas de suas principais características. Portanto, vamos detalhar a origem do FAT32 e do NTFS logo abaixo:

    FAT32

    O Sistema de arquivos FAT32 é basicamente uma evolução do FAT convencional ( também conhecido como FAT16). A sua primeira versão foi desenvolvida no ano de 1980, para atender às necessidades daquela época. No início, ele trabalhava somente com 12 bits de endereçamento, valor que passou para 16 em 1987. Finalmente, no ano de 1996 passou a usar os 32 bits, versão que é utilizada até hoje.

    O FAT (sigla de File Allocation Table – Tabela de alocação de arquivos) foi criado para ser o filesystem oficial do MS-DOS, e continuou sendo até o fim do uso deste sistema. Contudo, as principais versões do Windows na década de 90 manteram o DOS como núcleo do sistema, sendo que toda a parte visual era como se fosse uma interface gráfica para o terminal de comandos. Entre os sistemas que utilizavam essa configuração, podemos citar o Windows 3.0, 95, 98 e ME. Somente os dois últimos trabalham com o FAT de 32 bits.

    NTFS

    Por outro lado, o NTFS ( sigla de NT Filesystem – Sistema de arquivo NT ) foi desenvolvido no ano de 1993, com o objetivo de ser o filesystem oficial do Windows NT. Na verdade, a sua criação foi uma necessidade, pois os sistemas baseados em MS-DOS não eram suficientemente estáveis para a execução em servidores. Nesse caso, a solução foi a implementação de um núcleo totalmente novo, chamado de NT( New Tecnology – Nova Tecnologia).

    Como o NT foi criado em 1993, 13 anos depois do DOS, as especificações do FAT, ditadas em 1980, já estavam obsoletas para a época. Daí houve a necessidade da criação do NTFS. Como será possível observar no discorrer deste artigo, o NTFS possui muitos avanços em relação ao FAT, além de alguns recursos novos, como a encriptação e atribuição de permissões aos arquivos. No começo na década de 2000, com o Windows ME, foi constatado que o uso do DOS como núcleo não era mais eficiente, por isso, os SO domésticos também passaram a usar o padrão NT

    No ano 2000, foi lançado o NTFS 5, que é a versão deste filesystem que usamos até hoje. Entre os sistemas nativos com ele, podemos citar o Windows 2000, XP, 2003 Server e Vista.

    Afinal, o que é um núcleo?

    O que é um núcleo?Para as pessoas que ainda não compreenderam este conceito, um núcleo pode ser definido como a central do sistema operacional. Todas os programas e aplicações, obrigatoriamente, utilizam as funções deste núcleo. Em outras palavras, é ele que determina como os recursos de sistema são utilizados, como memória RAM, acesso ao disco e aos diversos dispositivos de hardware do seu PC.

    Por exemplo, ao usar o Internet Explorer, os comandos executados por este aplicativo são automaticamente traduzidos para a linguagem usada pelo núcleo (NT ou DOS). Por sua vez, ele informa ao hardware e a memória os recursos solicitados pelo IE. Existem muitas coisas interessantes que poderiam ser comentadas sobre núcleos, contudo, vamos focar na discussão FAT x NTFS.

    A partir deste momento, vamos discutir sobre as principais características de cada um dos filesystems, do ponto de vista de vários quesitos: compartibilidade, segurança, confiabilidade, uso do disco rígido e velocidade.

    Compatibilidade

    Os sistemas operacionais Windows mais modernos e utilizados do mercado, Vista e XP, utilizam o núcleo NT, consequentemente, possuindo como padrão o NTFS. Apesar deste filesystem ser nativo no Vista e XP, o FAT32 também está implementado, mesmo porque que é possível escolher qual sistema de arquivos usar nessas versões.

    Já nos Windows ultrapassados, o contrário não é válido, visto que o núcleo DOS não dá suporte nenhum a muitas funcionalidades do NTFS. Portanto, as versões 95, 98 e ME são somente equipadas com FAT e FAT32. Para reconhecer partições NTFS (sem muita garantia), é possível usar software de terceiros.

    No caso do XP e Vista, é possível converter partições FAT32 em NTFS com muita facilidade, em um processo rápido de poucos cliques. O oposto não ocorre, uma vez NTFS, nunca mais poderá ser transformada em FAT32.

    Já o Windows 7 irá utilizar o WinFS, um novo filesystem, mas que está somente em fase de implementação. Provavelmente o NTFS também estará na próxima versão do Windows.

    Segurança

    A questão da segurança talvez seja o quesitos mais diferente entre os sistemas de arquivos discutidos aqui, e por sua vez, isso tem tudo a ver com os núcleos DOS e NT.

    Quando o DOS foi criado, em 1980, o mundo da informática era muito mais underground comparado com hoje dia, pois não existia uma preocupação com segurança. Por isso, ele foi criado no conceito do “usuário único”, paradigma que assumia que uma única pessoa estava a frente do computador. Como era de se esperar, o FAT seguiu a mesma filosofia.

    Por isso, mesmo no Windows XP ou Vista, os quais suportam vários tipos de usuários, o FAT32 não consegue fazer esta diferenciação. Para esse sistema de arquivos, existe somente um usuário, independentemente do seu nível de permissão do sistema. A principal consequência é o fato que não é possível atribuir permissões individuais. Logo, um arquivo de leitura, qualquer conta do windows conseguirá acessá-la. Pior, até mesmo o convidado do sistema pode modificar arquivos como bem entender.

    Protegendo os dados



    A Microsoft percebeu este problema e implementou o conceito de usuários no NT. Esse núcleo passou trabalhar com dois níveis de acesso às funções de sistema: o “user mode” e o “kernel mode”. O primeiro deles atribui acesso ao SO e arquivos de forma bastante limitada, restringindo muitas operações para usuários comuns. Já o “kernel mode” é o método que permite a alteração completa do SO. Consequentemente, o NTFS implementou esse conceito.

    Portanto, em partições NTFS é possível associar pastas e arquivos com usuários. Suponha que existam duas contas de usuário no seu computador, se você tornar a opção de leitura exclusiva para você, a outra conta não irá conseguir ler tais arquivos. Portanto, desta maneira você terá realmente a segurança que ninguém irá ler ou modificar seus dados, pois um convidado poderia efetuar somente poucas operações.


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